terça-feira, 6 de março de 2012

deixei nossa razão...

...por não sentirmos mais o mesmo.

Tudo está diferente; meu cabelo já não é mais tão curto assim e já não choro mais por ele. Faz quase um ano que descobri que tinha câncer,  faz um dia que tive mais certeza que estou 100% curada.
Faz quase um mês que tomei outro rumo na minha vida ao deixar a história de lado e partir pra pedagogia de mãos atadas sem saber o que iria encontrar. Pra minha sorte, encontrei algo que gosto, e pessoas que sinto que serão o começo de longas amizades e risadas.

Faz uma semana que tive que matar os sonhos de alguém, por não entender os meus; por não conseguir mandar no meu coração e na minha cabeça. O que foi uma pena.
E finalmente, fazem quase três meses que mandei ele embora. Mandei uma parte enorme de mim embora, afinal, você já à havia levado a muito tempo. 

Foi difícil ver a melhor parte de mim indo embora, sumindo e destruíndo tudo que tinhamos construído.  E é pior ainda ver lágrimas tão minhas indo embora por tua causa, afinal, nem isso você merece de mim. 
Foi complicado me entregar pra alguém de corpo, alma e amor...o amor mais puro que dei pra qualquer outra pessoa. E escolhi dar pra você. Dei, entreguei; embrulhei para presente...e foi o embrulho mais lindo que qualquer pessoa jamais teria de mim.
...E você o jogou, acabou, matou, estraçalhou com ele. Por egoísmo, puro egoísmo. Mas sabe, sinto pena; mas não de mim...de você.
Eu fui pura, intensa, verdadeira. Jamais trocaria você por coisas que sinceramente no meu ver são...fúteis, falsas e momentanêas. Só que você nunca vai entender isso, não agora. Porque seu ego vai estar ali em cima, vai achar que tudo que está vivendo agora é lindo, maravilhoso...tudo que você queria na sua vida. Mas agora te pergunto: Até quando tudo isso vai existir?
Hoje eu te olho, ainda que de longe, por uma foto; E vejo um rosto vazio, um olhar vazio. Posso estar errada, posso estar vendo algo aonde não tem; mas se ai no fundo, existe aquela pessoa que eu amei, cuidei e protegi até mesmo quando não podia existir...Você está se enganando.

Mas não sei, afinal ainda te amo. Mas amo as minhas memórias. Amo tudo aquilo que passamos e amo aquele que conheci e que me conquistou. Que me fez feliz e que cuidou de mim. Amo aquele...que não existe mais. Amo uma mentira, um passado; que está sumindo...e logo vai desaparecer por completo. O seu novo 'você', não conheço, não quero conhecer...e na boa? Jamais me apaixonaria pela pessoa que você se tornou. 

E assim vou vivendo, preenchendo o vazio que você deixou com amigos, com músicas, com shows, com intensidades e principalmente comigo mesma. Vou me apaixonar de novo, por alguém que vai ser tudo o que você não foi capaz de ser...por egoísmo; e vou te afastando, te deixando...até sumir por completo.
Obrigada por ter levado a parte que era nossa e deixado a Rafaela. Que não tem mais medo de viver, de chorar, de ser o que é. Que aprendeu a ter força e a se cuidar. 

E do fundo do meu coração, espero que um dia; aquela pessoa verdadeira pela qual me apaixonei volte e mande embora essa máscara que ficou ai; pra que um dia aprenda, que tudo é recíproco. E principalmente, aprenda a amar alguém além de si mesmo. 

'(...)  Você chegou e me levou embora. Levou embora a menina que tinha medo de sentir a vida e esperava uma salvação para tudo. Quem sobrou é essa desconhecida que se conhece muito bem em suas bizarrices, lê jornais todos os dias, substituiu o bege pela cor do verão, tem uns pais gente boa ainda que malucos, adora os poucos e estranhos amigos, não espera mais pelo cavalo branco mas fica ansiosa pelo início da novela e talvez esteja pronta para amar de verdade. Amar um homem e não um príncipe.' 
Tati Bernardi 

Não poderia terminar o texto de forma melhor. 

2 comentários:

Marcelo R. Rezende disse...

E medindo o tempo, a gente vai percebendo que viveu já um tempão. Que sofreu, mas que sorriu, que viveu mesmo. Que a essência de existir tem sido cumprida: amar, odiar e resistir. Resistir àquilo que não nos faz bem e sobreviver àquilo que não conseguimos frear. Vencer.

E você é uma vencedora. Mas eu não te amo por isso. Acho que te amo gratuitamente. E é melhor.

Juliana disse...

Você sabe que eu amo a sua franqueza, principalmente a que você tem consigo mesma.